segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

O que o Egito e seu povo ensinaram.

Diante dos relatos da união e vigor da brava gente egípcia, os quais reuniram mais de 7 milhões nas ruas para protestar e tirar o ditador local Hosni Mubarak do poder, pude exercitar minha jovem mente.
Desses relatos, me interessei pelos dados (números, estatísticas), pelos fatos (acontecimentos curiosos e culturais) e os resultados (esses ainda não conclusivos).
A comparação com a sociedade brasileira ficou inevitável, óbvio, aqui vivo e daqui reclamo.
Por algum motivo o povo brasileiro é averso a protestos, é passivo quanto ao seu direito e acredita que se unir e comprar uma briga é perda de tempo.

Bom, o que é necessário para se protestar? Organização, número, uma causa e claro, boa vontade.
Acredito que os brasileiros possam se organizar (exemplo disso, são as mãos que ajudam aqueles que passaram por uma tragédia), acredito que temos números, temos uma população enorme e muito insatisfeita, logo com uma causa. Mas porque falta boa vontade?
Pode-se pensar, é desconfortável estar num protesto. É cansativo. É perigoso, corre-se riscos, seja de ser preso, seja de vida, seja de perder o emprego ou o que for...
Maaasssss e ser passivo, também não implica em desconforto?
É confortável andar em ruas, calçadas sem estrutura? É confortável ser atendido em hospitais e postos de saúde públicos? É confortável ver seu filho sem rumo, estudando em uma sala de aula quente? O transporte público ineficiente? Tudo isso te cansa, não? Você está exposto a isso todos os dias do ano e não pode tirar uma semana da sua vida, para lutar por melhores condições? Pra isso falta pique?
E retrucam de novo com o argumento do risco. Pode-se morrer? Sim. Um protesto colossal, normalmente gera vítimas fatais? Sim. E prisões? Também.
Maaasssss e ser passivo, também não é arriscado e não faz vítimas?
Já temos mais de 100 mortos no Egito. Mais de cem pessoas pagaram com a vida, as tentativas de tornar o Egito um país mais justo e melhor habitável. Na região serrana do estado do Rio de Janeiro, mais de 800 brasileiros pagaram com a vida a nossa passividade e silêncio diante das mazelas do Brasil. Creio que esse exemplo seja o suficiente.
Um país que não tem tempo para protestar, não terá tempo para crescer. Questionar, cobrar e ser assertivo sobre os seus direitos garante melhores condições para você trabalhador, por a mão na massa e subir na vida com mais velocidade.
Falo um trabalhador de qualquer área. No Egito, por exemplo, vários policiais largaram suas corporações e fardas, para aderir ao mega protesto. O policial também é um cidadão. Sabe que o bem da sociedade é o seu bem, porque o povo é o estado. Um policial nunca deveria destratar manifestantes que estão protestando em paz, até porque o tal ato também é por eles, que como dito antes, são cidadãos e possuem familiares e amigos que, precisam e compõem o estado.
A maior mensagem que os egípcios me passaram foi essa, de pensar no macro. Não tenha medo de morrer nas mãos daqueles que lutam por sua (nossa) causa. Tenha medo de morrer ,sim, pela passividade daqueles que ficaram calados, como nas tragédias que ocorrem todos os anos no Brasil.
Muitos já se sacrificaram pela grandeza deste país, mas hoje nosso povo, não os honram. Eu tento e tentarei sempre, mas nesse momento, sozinho.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

A descrença do brasileiro

O Brasil mais uma vez abriu o ano com uma tragédia de grandes proporções, que chocou o inicio de ano da nação. A tragédia na serra fluminense mostra a falta de estrutura e planejamento em importantes cidades de grandes estados brasileiros.
Sempre ficarão as perguntas: Até quando? Quando as autoridades tomarão providências de fato? Questiona-se a Copa do Mundo, as Olimpíadas... Porém uma coisa que me assustou esses dias diante do noticiário, foi o fato das pessoas que sobreviveram a catástrofe, muitas delas, não quererem de modo algum abandonar suas casas condenadas. Isso assusta por diversos motivos, entre eles: A inversão de valores, como arriscar a vida por um pedaço de terra, por um teto. Eu me pergunto: Esses são os cidadãos? As pessoas não conseguem visualizar as consequencias desastrosas que são iminente. Não se trata nem de pensar a curto, médio ou longo prazo. Elas precisam pagar pra ver, mais uma vez? Todo esse caos já não foi suficiente para elas dizerem basta? Se você perdeu tudo, o que lhe resta? Eu sei que o lhe resta: PROTESTAR, COBRAR DAS AUTORIDADES Acampe em prédios públicos.



Por falar em autoridades, esse é o segundo ponto da minha reflexão: A relação entre população e autoridades. As pessoas não deixam suas áreas de risco nem mesmo com o pedido das autoridades. Isso mostra a falta de credibilidade, a total falta de fé das pessoas, para com os representantes do estado. A sofrida gente deve pensar: "Nunca fizeram nada por mim, não será agora. Porque abandonarei aquilo que construi com tanto sacrifício? Se eu abandonar é capaz de ficar por isso mesmo e eu não ter mais onde morar. Vale o risco!". Peguem outros países como exemplo e vejam a confiança do povo nas instituições públicas. As pessoas obedecem de bico calado as instruções passadas.
Isso é triste. As pessoas não acreditam nas soluções, não acreditam naqueles que as representam. Que sociedade é essa? Que democracia é essa?
E você pensando que nunca antes na historia desse país, a popularidade dos governantes e suas soluções mirabolantes estavam agradando e dando esperança a todos.
Essas chuvas foram um tapa na cara daqueles, que acreditam que um país cresce somente com programas sociais, os quais não edificam cidadãos, mas apenas dá sobrevida as suas desgraças e sua estagnação. Não é assim que se constroi um país. Inclusive, várias regiões que viveram esse drama no passado, estão esquecidas pelo poder público até hoje.
A pergunta fica: Qual será a próxima localidade a passar por isso?

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