segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

A descrença do brasileiro

O Brasil mais uma vez abriu o ano com uma tragédia de grandes proporções, que chocou o inicio de ano da nação. A tragédia na serra fluminense mostra a falta de estrutura e planejamento em importantes cidades de grandes estados brasileiros.
Sempre ficarão as perguntas: Até quando? Quando as autoridades tomarão providências de fato? Questiona-se a Copa do Mundo, as Olimpíadas... Porém uma coisa que me assustou esses dias diante do noticiário, foi o fato das pessoas que sobreviveram a catástrofe, muitas delas, não quererem de modo algum abandonar suas casas condenadas. Isso assusta por diversos motivos, entre eles: A inversão de valores, como arriscar a vida por um pedaço de terra, por um teto. Eu me pergunto: Esses são os cidadãos? As pessoas não conseguem visualizar as consequencias desastrosas que são iminente. Não se trata nem de pensar a curto, médio ou longo prazo. Elas precisam pagar pra ver, mais uma vez? Todo esse caos já não foi suficiente para elas dizerem basta? Se você perdeu tudo, o que lhe resta? Eu sei que o lhe resta: PROTESTAR, COBRAR DAS AUTORIDADES Acampe em prédios públicos.



Por falar em autoridades, esse é o segundo ponto da minha reflexão: A relação entre população e autoridades. As pessoas não deixam suas áreas de risco nem mesmo com o pedido das autoridades. Isso mostra a falta de credibilidade, a total falta de fé das pessoas, para com os representantes do estado. A sofrida gente deve pensar: "Nunca fizeram nada por mim, não será agora. Porque abandonarei aquilo que construi com tanto sacrifício? Se eu abandonar é capaz de ficar por isso mesmo e eu não ter mais onde morar. Vale o risco!". Peguem outros países como exemplo e vejam a confiança do povo nas instituições públicas. As pessoas obedecem de bico calado as instruções passadas.
Isso é triste. As pessoas não acreditam nas soluções, não acreditam naqueles que as representam. Que sociedade é essa? Que democracia é essa?
E você pensando que nunca antes na historia desse país, a popularidade dos governantes e suas soluções mirabolantes estavam agradando e dando esperança a todos.
Essas chuvas foram um tapa na cara daqueles, que acreditam que um país cresce somente com programas sociais, os quais não edificam cidadãos, mas apenas dá sobrevida as suas desgraças e sua estagnação. Não é assim que se constroi um país. Inclusive, várias regiões que viveram esse drama no passado, estão esquecidas pelo poder público até hoje.
A pergunta fica: Qual será a próxima localidade a passar por isso?

Um comentário:

  1. Meu caro amigo, esse tipo de tragédia não é a primeira, nem a segunda e nem a última vez que aconteceu e acontecerá. Ora, estamos "todos" acostumados em pensar o agora, e deixar para pensar sobre o amanhã, para depois.
    As politicas públicas são voltadas para amenizar os impactos momentaneos, deixando de se pensar estratégias de prevenção a lugares de riscos. Existem inúmeros estudos sobre essas áreas no Rio, e não somente lá, em várias outras cidades, mas tu achas que os políticos estão preocupados com isso? Óbvio que não.
    Em relaçao as pessoas não quererem sair de suas casas, talvez seja pelo fato de que não são amparadas como deveriam ser. Fiquei me questionando, será que essas pessoas não vêem que estão se autoprejudicando permancendo nessas casas, correndo risco de vida? Mas essa é a visão de quem está de fora, não sabemos o que elas sentem e o por quê de agirem dessa maneira. Enfim, teriamos que buscar as respostas na fonte, não é verdade?
    Outro ponto trabalhado é a questão das autoridades. É interessante como a mídia trata esses acontecimentos com reportagens emocionantes, mostrando ao vivo as tragedias. Não sei se percebeu, mas caminhavam para culpar os moradores daquela área pelo acontecimento. Ora se não houvessem casas e pessoas morando naquele lugar, certamente não haveria tantas mortes ou "prejuízos", assim conclui a partir de analises das reposrtagens. Deixando de lado, a responsabilidade das autoridades, que não planejam e muito menos pensam o crescimento desordenado das cidades.
    Ahh, Democracia??
    Desde quando houve?
    A definição etimológica de democracia é o governo ou poder do povo.
    A democracia pensada por Aristóteles, pensada para aquela época, era para o "povo", no sentido de cidadão, mas nem todos eram considerados de tal forma. Ficavam de fora, as mulheres, escravos, crianças, estrangeiros, entre outros. Tem alguma diferença aos dias atuais? Ah, não existem mais "escravos" e as mulheres ja podem exercer "cidadania", e o resto?
    No sentido literal da palavra, as vezes penso, a não existencia desse termo na prática.

    Bom, voltando...

    Acredito que acontecimentos desse tipo acontecerá por muito tempo, se não houverem politicas públicas de prevenção e autoridades quem pensam o "bem-estar" da população.

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